Corro.
Para quê?
Não derreteu Dali os relógios,
Tirânicos guardiães do tempo?
Para quê?
Se amanhã, quando renascer como árvore,
Vou abrigar os pássaros sempre que o sol cair.
Risco
Palavras,
Muitas, sem nexo.
Gostaria de riscar projectos de catedrais
Cujos pináculos rasgassem
As nuvens que te ensombram a alma.
Corro risco,
De não te saber amar
Com a fúria dum ciclone de Setembro.
Com a calma espelho d' água das lagoas.
Ponta Delgada, 2008-12-05
Aníbal Raposo