Pai, sua idade foi se avançando e seu ultimo sol estava chegando ao fim.
Esmaecer no jardim em frente ao sol, no meio da paisagem, o reencontro no ponto zero, de fim de começo de ciclo completo.
Então fechastes os olhos, levantando o rosto para céu e sorriu antes de partir.
Pai, tu fostes alguém de sólidos ideais, um ser que simplesmente não passou pela vida, caminhou bravamente, por cada pedra, flor ou espinhos, afastou de si as pontas de vidro de sentimentos intrínsecos como o ódio, desamor, rancor, mesmo quando os fraguimentos aferiam seu corpo, mas não os redimensionou a ninguém.
“Passou pela infância sofrida alimentando a esperança de todos os o que o cercavam, nascestes na roça de sol a pico e criou-se na lavoura, perdeu a conta de quantas vezes a nona chorou pela escassez da comida e em algumas temporadas tu lhe dizias” a comida alimenta o corpo não chega ao coração e este sentimento tem e nos ajudara a vencer pelo amor mais uma vez.
A vida o fascinava,quando adolescentes tu mudastes de ares e tentou começar a vida noutra cidade,lutou bravamente para alcançar seus objetivos e neste percurso de muitos obstáculos e realizações viveu o amor intenso de mama, conquistou muitos amigos, formou nós sua família. Era alguém que não importava em chorar de alegria ou tristeza e jamais deixou de mostrar as pessoas o quanto às amava.
Fostes um bom pai como tu tinhas sido filho e sempre mais irmão dos amigos, envelheceu como todos.
E todos os dias sentava em sua cadeira na varanda para ver o entardecer, tu sempre dizia o pintor e criador do mundo foi generoso com os homens, pois colocou todas as belezas das cores no entardecer e no alvorecer dos dias, mas muitos nem se dão conta disto, pois não se dão um tempo para admirá-las e admirando este lindo cenário pedia sempre que lhe tocassem o seu tão belo e velho fado que tu gostavas muito, impossível traduzir sentimentos que libertavas através dele.
Copiosas lagrimas em seus olhos cintilantes deslizavam talvez o som o levasse ao passado ou sentisse em seu peito o sossego da missão cumprida e assim olhavas para o céu e com a voz tremula repetia, esta vida é fantástica, mas sempre se tem de findar, estou pronto, mas se outra chance me fosse dada eu faria tudo novamente outra vez.
E dizia do que valeria uma vida inteira em prol de um algo mais material, se vida se traduz em amor e em todos os seus derivados e abstratos, para mim onde a dificuldade foi escola levarei para onde deus permitir-me ir apenas os abraços que consegui dar e toda menção de felicidade e amor que consegui passar e receber de cada um que tive a felicidade suprema de conhecer, em seguida fechou os olhos e partiu, quem sabe virar uma destas estrelas que tu tanto admirava e a simbolizar a esperança do dia após dia e a cada dia olharemos para ela e diremos, aquela estrela é meu pai em seu inicio meio e fim. Descanse em paz meu velho pai,e obrigado por fazer de mim o homem que sou hoje..
P.J.TELLES.
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