Mais uma vez deambulo pensativo,
por caminhos inóspitos, seguindo a vontade
da natureza, que não se recolhe ao seu
estatuto, que, infelizmente, até hoje, ninguém
soube cuidar, com o devido respeito, que sua
grandiosidade exige.
Dela viemos e a ela regressaremos,
pó e terra, que cobrirá, de vez, a
vergonha, que é nossa, por não sabermos,
viver condignamente, nem entre a
natureza e nós, nem entre nós mesmos,
seus filhos dilectos, que de nós nunca
se esqueceu, desde as primícias dos tempos.
Nas ruas da cidade, brincam crianças
enlouquecidas, deixadas ao acaso dos dias,
e rosnam cães à lua, espumando pela boca.
Já a natureza a todos bem urdiu e complementou.
O nosso mal foi deixar ao total desleixo,
a natureza, realizando, que ela se renovaria,
a cada afronta, acabando por se extinguir várias
espécies, desde a flora aos animais, terminando
por interferir, definitivamente, com o ciclo
natural, que fazia deste o nosso Mundo.
E cada vez mais, é de reparar, que, as pessoas,
perdem o uso da razão, enchendo hospitais,
entre fobias e demais extravagâncias, pois
perdeu-se a ordem, que as fazia pessoas sãs
e produtivas, onde sentiam-se incorporadas,
em algo maior que elas, e, que as conduzia
e fazia felizes, mesmo tendo
poucos luxos, que não passam de um desvario
completo, tomando conta, dos filhos
do plástico e do sintético, que nem uma árvore
reconhecem e sua enorme importância.
Ah, não ser eu, qual verme, rastejando, por
debaixo da terra! Convertendo-me em húmus, que
voltasse a dar vida à natureza, que, meu corpo,
sempre foi uma entrega completa. Voltar ao inicio,
repondo uma vez mais o ciclo e a ordem. Acreditar
nas pessoas, dando-lhes novo ânimo e sentido.
Jorge Humberto
06/ 12 /08