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MATAS A TI MESMO

 
Tags:  essência    cenário    torpeza    crisol  
 
Por quê colocas aquém de ti a natureza,
Subjugando-a a teu poder imaginário?
Por que te apartas da completude e da beleza
Como se fosses parte fora do cenário?

Não vês que em ti vive a origem do universo,
Que és uma peça, face viva neste jogo?
Se o poema equilibrado perde um verso,
É semelhante ao crisol que perde o fogo.

Erguer a mão contra teus pais seria louco,
Também seria insensatez ferir teu filho;
Desequilíbrio tal: um ato de torpeza.

Por quê então pensar assim que seja pouco
Ferir a essência, massacrar, tirar-lhe o brilho?
Matas a ti quando destróis a natureza.



Frederico Salvo.


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 07/12/2008 12:56  Atualizado: 07/12/2008 12:56
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
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Mensagens: 11099
 Re: MATAS A TI MESMO
Fred,
Soneto de equilíbrio e de respeito pela natureza, todo do qual o homem faz parte e tão maltrata.
Que bom seria que reflectíssemos sobre esta questão e nos lembrássemos que herança estamos deixando aos nossos filhos e netos.
Um beijo
Nanda


Enviado por Tópico
Paulo Gondim
Publicado: 07/12/2008 13:55  Atualizado: 07/12/2008 13:56
Membro de honra
Usuário desde: 12/11/2007
Localidade: São Paulo (com o coração no Nordeste)
Mensagens: 449
 Re: MATAS A TI MESMO
Rapaz, Augusto dos Anjos, poeta paraibano, que está sepultado em Leopoldina, MG, teria orgulho de ler esse soneto, quando escreveu a "ÁRVORE DA SERRA". Parabéns! Uma bela cosntrução poética.


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 07/12/2008 14:19  Atualizado: 07/12/2008 14:19
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: MATAS A TI MESMO
Este soneto é bonito e tem uma dupla
beleza que é a consciencialização da
importância da natureza, nas nossas
vidas.
Parabéns, Frederico.
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 07/12/2008 17:35  Atualizado: 07/12/2008 17:35
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 Re: MATAS A TI MESMO
Muita beleza e com uma chamada de atenção muito importante.
Beijos


Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 08/12/2008 00:15  Atualizado: 08/12/2008 00:15
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 Re: MATAS A TI MESMO
É óbvio que quando destruímos a natureza, estamos a autodestruir-nos e a destruír o futuro.

Gostei do seu poema.
Um abraço