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O artista

 
As mãos gelavam como pregos espetados
nessa rua com passeios de linho
por mais que escrevesse a luz não desaparecia
ele era um artista
não porque tivesse grandes obras
ou porque estudou arte
não porque cantava com voz agravada
ao fumo de um cigarro, ao toque de copo de vinho
não porque me fotografava
com aqueles olhos gigantes, penetrantes
porque as mãos gelavam em luvas de renda
foi uma prenda para ele

De noite vagueava
olhava as estrelas, confundia as luzes citadinas
escalava montanhas de betão iludido na sua arte
porque ele era um artista
escrevia num abstrato literário
pintava um expectro narrativo
no fundo só queria ler a sua vida
nas mãos de uma qualquer criança

Cosia formas disformes
com cetim e seda
aqueles monstros que eram a arte
e ele o artista
Num vocábulo pobre que escondia no bolso
assinou o seu nome

Eu, o artista


MF

 
Autor
Margarida Faísca
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/12/2008 20:41  Atualizado: 05/12/2008 20:41
 Re: O artista
Uma assinatura pode ser o preço infinito de que se duvida. A arte amiga é diferente do seu juízo. Eu sou AMANDU imagine esta palavra numa folha de pael branco apenas como assinatura mas válida e só. Válida quer dizer com instinto de arte. Com valor com querer. Pode ser o seu nome mas tem de ter o ler e o preço dito. Agora que é fácil para quem lê ou o quer ver é uma história e isso é preço se for disso
Um abraço de
Amandu