Sinto o que ninguém sente
Neste corpo que arrasto
Pela vida de mim ausente
Por este meu vazio tão vasto
No meu mundo descrente
Onde só eu me desgasto
Em sua realidade aparente
Ilusões de um prazer casto
António de Almeida
Fingo o que alguém mente
Sabendo que assim me afasto
De tudo o que me é evidente
Em tudo o que a mim é nefasto
Sonhos deste só meu presente
Que guardo em mim e não gasto
Como promessas de um crente
Entre pecados meus e seu rasto