ando intranquilo
bem me deito e encosto o corpo às nuvens
da minha cama de onde parto à noite
todas as noites daqui para a terra que sempre vi
suspensa na minha vontade desde criança
e onde o Natal acontecia doce
dia a dia
ando intranquilo
sempre que me levanto corro das núvens ao chão
lavo com água o corpo
só o corpo
e frente ao espelho pergunto a todos quantos vejo
quem não viu uma terra assim?
quem?