Percorridos por inusitados caminhos clandestinos
de seiva, linfa, fogo e chama incandescente,
somos agora tal nenúfares transparentes
a declinar no sorriso doce d’um desejo
subjugado ao crescimento de um mar.
Sem epístolas ou cartas de mareantes.
Num mar onde o verde tempestuoso
dos meus olhos ébrios se espelham na avidez
dos beijos que ainda não trocámos,
se decalcam transpirados,
na sede antecipada de novas alvoradas
de mimos que comummente acautelamos,
dos amores que ainda não nos demos -
puros, genuínos, de nós travessos meninos -,
os que vigiamos, atentos, em recato,
em domos d'altaneiras pedras!
Percorridos na flama da cegueira insana,
antecipamos o agrado no ápice naufragado
no porão suado dos corpos, quando no azimute
se adivinham desejos insondáveis
de ousar novas viagens
e se calam mudas as palavras
e se elevam claridades obliquadas
em recatos esporados nos travos de marés bravas.
E as nossas ávidas mãos, as nossas mãos amantes,
se colam conluiadas, se tocam concubinas,
e juntas percorrem declives de beijos desflraldados
em grinaldas de flores e diademas.
Coisas simples e pequenas ...
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