Podes me arrancar os olhos
E cortar-me a língua,
Deixando-me sem visão para apreciar o belo
E sem gosto para saborear o doce,
Mas nunca conseguirás me arrancar as minhas asas
E impedir-me de voar.
Não terei visão para me conseguir guiar,
Basta-me apenas seguir o bater do meu coração que ele me guiará.
Não precisarei de língua para gritar,
O bater das minhas asas será o meu grito.
Não diferenciarei a noite do dia,
Mas carregarei a liberdade e a sabedoria nas minhas costas,
Que serão o sol que iluminará o meu caminho
E tornará tudo mais claro que os teus malditos dias cinzentos.
Sei que tentarás me perseguir,
Mas de que te valerá isso se não tens asas?
Ou já as tiveste e deixaste que as arrancassem?
Só eu saberei apreciar o levitar do meu corpo
E o purificar da minha alma,
Enquanto tu apenas rastejarás com as serpentes
E comerás o pó da terra.
Tentaras te lançar a mim e encravar as tuas unhas na minha carne,
Eu não terei como gritar para pedir ajuda,
Mas tenho força e inteligência para me ver livre de ti.
Não me atravessarei no caminho de ninguém,
Apenas seguirei o meu.
Quando me sentir cansado repousarei,
E ganharei forças para poder continuar.
Enquanto tiver coração, alma e sonhos,
Quem me poderá parar?