INTERIORIDADE
(Davys Sousa, 23 anos, Teresina-PI, Brasil – 04 de Dezembro de 2008)
Sonhos partem com a juventude
A criança antiga é como a brisa –
Efêmera passagem
Partindo de sua inocência
Sob um sol vivo estático
Em seu coração, palpitando, palpitando...
Todos topam em pedras que ocultam os caminhos.
E sou, apenas, um homem caminhando
Contra o tempo
E não encontro em mim mesmo,
A inocência perdida, o meu anelo.
Sei que existe felicidade,
Mas a criança esquecida se recolhe,
Frágil, porque mesmo todas as coisas a ameaçam.
O mundo é perigoso!
Perdeu as sutis primaveras o seu cálido frescor!
Um coração que chora,
Um coração desfeito em dor
Infeliz, um sonho que se esquece
E ele jamais retorna.
E você a ouve,
A criança interior,
Uma voz afável...
Sombra perdida de outrora,
Me recolho nela,
Me reconheço nela
Quando do manto sepulcral
Sonho em noites que me apavoro
De quem sou, agora!
Assimilando sonhos e uma vida pequena.
Davys Sousa
(Caine)