Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Pois é amigo...Eu que tanto de dei na vida
Que tanto te abracei, que até a ti alimentei
Recebo em troca esta ingratidão dolorida
De tuas mão cruéis recebo a paga pelo que dei
Sei que não pensas, como em mim isto doí
Por ver que de nada valeu eu aqui te abrigar
Não sabes que também de dor sei chorar
Porem, teu amor no coração a muito se foi
Veja aqui agora neste chão, todo manchado
Aonde meu corpo tomba agora para sempre
Pelos golpes, que me deste com seu machado
E aqui meu sangue hoje corre no chão, livre
Fui tua companheira, fui teu abrigo do sol quente
Fui aquela que amparou o balanço de seu filho
E que hoje velha, forte, porém sem ter mais brilho
Tomba para sempre morta por tua mão inclemente
Pobres seres humanos, que não sabem preservar
Não sabem que na natureza existe também amor
Não sabem que as árvores te dão sombra e flor
E que sempre a ti, ser inteligente, sabemos amar...