Dá-me a tua mão!
Vem sentar a meu lado;
Bem junto do meu trono
Serei a tua respiração
Dá-me o teu olhar!
Serei rei absoluto!
Todo-poderoso do teu coração…
Vem junto de mim!…
Deixa-me consumir a tua alma…
Regalar-me com o teu corpo…
Beber o teu sangue…
E quando não mais precisar,
Irei deitar-te fora como se faz a um trapo.
Serás fantoche em mim…
Verás o que em mim vi;
O sofrimento e a escuridão que vivi…
E serás assim, opaca
Sem nada que seja teu;
Apenas controlada
Por este ódio que ficou meu!...
Deixa-te levar;
Esquece o caminho e caminha…
Serei os teus passos
Que te forçarão a ir ao fundo do penhasco
Aí cairás, na mesma loucura que caí…
Terás tudo a teus pés;
Mas num segundo perderam-se as fés…
E ninguém mais acreditará…
Que alguma vez exististe;
Serás invisível, como eu, sempre fui…
E contra a vontade querer-me-ás teu!
E irei beijar-te, sugando te a alma…
E tirei o coração…
Assim morrerás…
Sabendo;
Que jamais te amei!...
às vezes precisamos soltar os nossos demónios na escrita, e às escondidas para que não firam quem amamos...