SOLIDÃO
(Davys Rodrigues de Sousa, Teresina-PI – 03 de Dezembro de 2008)
Amarga ilusão à vida é estar sozinho,
Sentindo-se perdido em direção
A um amanhã incerto...
A solidão é como estar muitos anos
Em uma estrada, perdido, procurando algum rumo
Sem ninguém te ver,
Sem ninguém te dizer como chegar a algum lugar,
Notar que os outros estão mudando
Seguindo suas vidas com seus companheiros
E você estar lá parado, com a mesma vida,
Sozinho, emancebado pela sofreguidão
Que sofre na alma.
É como morrer em si,
No absoluto de si mesmo,
É a maior angústia do Mundo
Que o homem reflete em si mesmo.
O homem que recusa a amar,
A sentir os aconchegos de alguém.
É como estar encarcerado em uma alta torre
E ninguém poder te ajudar...
O homem, hoje, mantém-se frio
Porque é descrente das pessoas,
Porque elas, às vezes, machuca-o coração,
Amarga ilusão à vida é estar sozinho,
O medo de sozinho adormecer,
De não ter com quem compartilhar o coração...
Com quem no desassossego das noites tristes, chorar,
Com quem dividir as manhãs cálidas
Que o dia após o outro dia traz
E dividir os risos, as lágrimas de felicidade.
Amarga ilusão à vida é estar sozinho,
O temor da noite chegando,
Os dias incrédulos de angústias e magoas,
As incertezas,
As dúvidas que o amor não trará,
Os invernos da alma em um quarto escuro e vazio,
Os sonhos e esperanças que vão se afastando
E o vazio de lembranças ternas.
Davys Sousa
(Caine)