Porque? Porque razão? Como foi acontecer?
Terá sido ilusão, ou má interpretação ao ler?
Tuas palavras, sentidas, a mim foram proferidas
Setas invertidas, que penetraram minhas feridas
Perfeito? Cobiçado? Como posso ser desejado?
Beleza? Só transposta no papel abençoado
És bela, és bonita, gosto como me fazes sentir
Desejo, mas não posso, não o posso sentir
Mas queria, ou não, meu Deus é tanta a confusão
Onde estão as respostas, ás perguntas do coração
Porque a dificuldade? Porque existe o amor?
Porque virá esta agregada a sofrimento e dor?
Porque tanta questão? Aumenta a confusão
Sigo a razão, mas tropeço nos passos do coração
Preciso da tua calma, pois não vivo sem ela
Mas apenas em contos seremos príncipe e Cinderela
Porque? Não consigo definir o que sinto
Vejo em cada rima, um sentimento que minto
Desculpa, sem razão, mas tinha de o dizer
A vida ensinou-me que, só se ama a sofrer
É injusto o amor para quem lhe é fiel
Quem o ama e cultiva, quem o transcreve no papel
Leva-me, muda-me, faz-me ser diferente
Pois diferente já sou, mas igual a toda a gente
Porque adorado? Se outrora era odiado
Tenho medo do amor, medo de não estar acordado
Medo de amar e não ser amado, medo de viver
Ao longo de etapas de sofrimento, não desejo mais sofrer
Esta exaustão imensa, apenas consome o meu ser
Que não ama, nem vive, com medo de sofrer