O som suave do teu respirar a partir o silencio desta noite...
O abismal terror de não te voltar a ter aqui...
Penso quando estou a voar...
Penso quando me ergo sobro o mar...
Penhasco enormemente curto para colmatar tantas lágrimas...
Inglório adeus...
E no voo perduram-me as lágrimas do longinquo adeus...
Passo os dias perdido nos teus olhos...
E no teu olhar que parece eternizar o momento do Adeus...
Para sempre irei sentir-te...
Para sempre estarás aqui ao pé de mim...
Estás longe dos meus lábios mas não dos meus pensamentos...
Estás longe do meu olhar mas não dos meus sonhos...
Adeus meu amor...
Adeus meu sonhar...
Por muito que estes anos passem...
Covas desfeitas e refeitas em séculos de vidas...
Não me roubarão o teu perfume do meu sentir...
Nem o põr do Sol deixará...
De ter sido erguido...
Para deixar de te glorificar...
Podes ter arranjado uma fuga ao meu olhar...
Podes até voar para bem longe das minhas mãos...
Que o teu corpo continuará a ser acariciado por mim durante as noites...
Podes até sentir a minha falta que eu estarei bem do teu lado...
E quando uma lágrima brotar dos teus olhos...
Eu chorarei contigo...
E quando a vida voltar a sorrir-te...
Eu irei sorrir contigo...
Fugis-te mas não te consegues esconder de todos os pensamentos...
E quando pensares que a vida acabou...
Pensarás em todo o viver que te fugiu...
Porque tu simplesmente fugis-te do destino...
Viras-te costas aos sonhos dos sonhos...
E agora estas nesses rochedos...
Olhas para o mesmo por do sol que me toca na pele...
E esperas que ele te leve a mensagem que atiras nessa garrafa...
Mas a garrafa afundasse no Oceano...
O mundo vira-te costas...
Mas não chores...
Estás sozinha mas não sem ninguém...
Na brisa levo-te o meu perfume...
E na chuva as minhas lágrimas...
E o calor que sentes do sol...
é o calor das minhas mãos...
E do meu terno e quente abraço...
que te cobre o corpo...
No dia que a terra nos cubrir os corpos...
O teu olhar...
quando se fechar...
levará a minha imagem debruçada sobre o teu corpo...
a dar-te aquele último beijo...
que ficou por te dar...
quando naquele dia...
O teu corpo deixou de tocar no meu...
Alexander the Poet