Lá fora as multidões agitam-se nos passeios. Nas varandas, flores coloridas sorriem embaladas por este morno sol de Maio. Nas lojas, portas abrem-se, portas fecham-se; enquanto isso, viaturas anónimas circulam apressadas, garridas, ruidosas. Nos combóios estampa-se o cansaço nos rostos perdidos, mas o riso claro, cristalino, de crianças despreocupadas vem matizar este fim de dia. E até os cães vadios se passeiam sem destino por entre este rodopiar de vida.
É a vida a acontecer lá fora.
É a vida que desaprendo, só, nesta casa quase nua, fria...
É a vida a morrer cá dentro.
S.