Vestido de pregas e lenço de cetim
à cintura; cabelo bem arrumado e
certinho, onde nem um fio se mexia;
saia pelo tornozelo, assim o decoro;
copo de um licor açucarado, urdindo
conversa de momento; e um sorriso
feminino, sonho de todos os homens;
ali ficavas a teu canto, cheia de pudor.
Até que alguém pegava em tuas mãos
finas e te levava para dançar, a todos
mostrando a beleza tão tua, envolta
em segredos, que a ninguém revelas.
Gracioso cisne, ias ocupando o salão de
dança, sem nada forçar, seguindo o passo
do companheiro, ou ele seguindo o teu,
enquanto giravas, ao som livre da música.
Jorge Humberto
30/1 1/08