Dei por mim com pele de galinha e nó na garganta.
O meu pequeno amigo cresce perante os meus olhos.
Ver aquela criança afirmar-se como alguém enche-me de Amor.
Não é o sangue que nos une mas nem as lágrimas nos separam.
Sinto que mais importante que o sangue é o Amor. Não entendo como devemos/podemos amar alguém SÒ porque partilhamos algo que nunca controlámos.
E tremo ao ver a cada dia mais e mais de nós a associarem-se na tentativa de se sentirem parte de algo maior quando são essas mesmas associações que nos impedem de partilhar tudo com todos.
Continuo metodicamente a duvidar de tudo quando podia apenas desfrutar da bela vida que levo. Esta porra irrita-me profundamente mas não quero fugir a quem sou.
Uso o meu tempo para entender o que se passa na minha esfera e a acção é só uma fuga ao pensar.
Sei que nenhum dos meus medos é real e isso leva-me a rir cada vez mais ainda que os motivos para tal possam parecer cada vez menos.
Peço a mim mesmo calma para desfrutar da Vida na sua plenitude.
Roendo placidamente as minhas amarras desejo terrívelmente ver mais longe.
Olho para o meu pequeno amigo e consigo ver a beleza cruel desta grande aventura.
Corpos celestes sem o saberem procuram aquecer-se no brilho alheio quando apenas precisavam de brilhar alto para aquecerem a todos.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.
Re: Crescer
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