Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
O pequeno passarinho, em seu poleiro
Cantava triste sua magoa, seu viver
Pois ali, na gaiola, o pobre prisioneiro
Não podia nem o rei sol ver nascer
Vivia dentro de casa, e ali lembrava
Que ele era, um inocente na prisão
Mas criminoso, juro, ele não era não
Só saudade sentia, de quando voava
Quando livre, pelas árvores cantava
O seu canto chegava até junto a Deus
Hoje preso, não pode ver os irmão seus
Nem, beber a agua que da fonte brotava
Não pode mais olhar as flores, nascerem
Não pode sentir, o orvalho, ao amanhecer
Não pode ver os doces frutos crescerem
Não pode livre, ver a noite nem o amanhecer
Que crime cruel terá tu passarinho cometido
Para seres condenado a esta perpetua prisão
Sera por teu cantar, tão belo e tão comovido
Ou seria porque, você é a alegria do sertão
Não sei, e nem quero saber, hoje quero chorar
Lamentar, o inocente, que morrera, prisioneiro
O inocente, cujo maior crime, é seu lindo cantar
Pena que ninguém, lute para te dar o mundo inteiro
Pois o mundo é teu, é dos seus irmãos, em festa
Para cantar, dançar, e dar beleza as nossas florestas
Deus, te dará a liberdade, um dia, desta sua sorte
Pois se não voas na vida, voaras feliz na morte....................................