Num galho verde, vi pousar um passarinho
Cantando alegre, saía e voltava ao ninho
E um vagabundo que andava de pé no chão
Mais que depressa, um alçapão foi pegar
Cheio de alpiste, para o pássaro chamar
E a ave desceu para comer aquela ração
Eis que de repente fechou-se a porta
Vendo que a sua liberdade já estava morta
E na floresta nunca mais volta a cantar
O vagabundo soltou, então, sua gargalhada
Com o alçapão saiu correndo pela estrada
E, em uma gaiola o coitadinho foi parar
Agora o passarinho vive em sua prisão
Com muita tristeza relembra da amplidão
Com suas mágoas vive triste a recordar
Lembra dos filhinhos e de sua companheira
E sua orquestra nos galhos da laranjeira
Mas desta maneira, nunca mais pode cantar
- Adeus amigos companheiros da floresta
Adeus às festas, a prisão é o que me resta
E o meu destino é morrer aqui fechado
Sempre magoado, como é triste meu penar
Só de saudade eu não posso me acostumar
Neste regime eu vou morrendo desprezado.
jmd/Maringá, 29.11.08
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