Há um encanto que floresce a cada visão edênica
Onde o teu caminhar acima da bruma em enleio sagrado
Desfila a inatingível beleza divinal no seio da natureza,
Panteão harmônico e monumento lascivo dominado pelo pulcro esplendor
Motivando minha reverência e fiel adoração na busca pela luz que emana de teu fulgurante sorriso,
Deusa única que enternece inefável sonho de Poeta e anjo.
Detenho o rigor cadavérico além das fronteiras do Estígio,lívido e impuro,
Sem moedas na boca viajarei com a saudade apenas
No horizonte que turva-se cinzento o frio roçar dos lábios da Morte,
Ganha contornos nítidos no sepulcro que aguarda fadário atro,fatal destino abraçado,
Mais sangue escorre da fonte vertical e abissal das escolhas sem retorno.
Ofertando o amor que não decompõe-se em altar junto ao coração o letargo
Aprisionando minha consciência obnubilada pelo sereno passeio do espírito,
Na espiral que aprofunda-se o brilho roubado dos olhos ainda posso sentir,
A dor e a mágoa marcadas pela rejeição que canta nas imagens formando desejos impossíveis.
Meus braços carregarão as cicatrizes de batalhas perdidas e lágrimas
Insistentes e vagarosas depudoradas na corrente que oprime o coração,
Natimorto opróbrio ainda com derradeiro anelo persistente e intemerato
Resistindo a voraz friagem que consome os restos de um corpo delgado,cansado e doente.
Ossos em alto relevo partem-se com pó obscurecendo minutos esvanescidos entre retratos,
Na mortuária idolatria desafiando os limites do post-mortem a síncope de um martírio que ressurge a guisa de metástase flébil,
Agora,quando as trevas condensadas no múrmurio vago do fim levam confusos pensamentos
Teu nome ****** é a última lembrança de um dia feliz, enlutado anjo que parte,
O sorriso venerado permanece intocado na noite infindável com o fulgor enluarado de fidelidade e ternura,
Testemunha da intensa paixão que moveu os últimos dias de toda vaga existência.