Consegues ver o que nela se esconde?
Atravessa o riacho
Já o vistes antes o fazer
Passa pelo véu da realidade
Esperas por este momento há muito
E olha na profundidade da noite.
Tens o sonho a nascer aí
Como suspiro d'amor
Nesse meio de ambiguidades
Entre sons e tristezas
E palavras malandras.
Será futuro? Será um anjo?
Será o batimento conhecido
De um velho amigo?
Será uma piada de luz?
Deixa!
E agradeça aos sentidos,
Aos sonhos, aos meios que giram
Neste mundo de cobres.
Larga os dados, escolhe os números,
Deixa a Dama à solta em casino alheio
E espera. Espera que as alegrias venham até ti.
Já percebeste o que se esconde aí?
Não é sorte, mas acompanha.
Não é amor, mas ajuda.
Não é fogo, mas queima como tal.
Vá lá... não? Vamos tentar de novo!
Escorre devagar entre os sim
E os não de felicidade.
Não podes negar que já o viste.
Perde lá o controlo.
Perde lá o juízo.
Perde, mas ganhas.
Vais ver que vais vê-lo de novo.
Como posso?
Verás que não consegues resistir
A mais uma olhada.
Vá, observa bem.
Está lá um ponto.
Uma vista.
Uma alegria.
Um sorriso.
Uma música.
Um pai.
Um som.
Afinal tu já sabes qual é?
Vens nela? Vês o reinado do ser?
P de BATISTA