Poemas -> Desilusão : 

Sem Alento

 
Sentir de que mim partes... marca de sangue vermelho
Sinto-te partir... naco arrancado de mim...um destelho
Sou eu menos um pedaço chamado ... tu
Sou eu, sem as vestes a cobrirem este sentir, sem ti...agora nu

Fusão de sentires...compulsão ao partir
Que te fiz eu... quem nunca de olhos abertos vi
Que cegueira me invadiu que não te vi ir
Tanta coisa que me passou e sem saber vivi

Luto que me invadiu... que do nada surgiu
Manto negro... aroma a enxofre... podridão
Argúcia que se perdeu no amor... que de mim fugiu
Actos em loucura, debruados com requintes de solidão

Decrépita a minha carne que se dissolve neste acido mordaz
Vermes que limpam os ossos daquele que em tempos foi audaz
Hoje sei que o sonho terminou e que acordei defunto
Aos fantasmas do meu passado agora neste instante me junto

Alço as mãos trémulas que libertavam firmes poemas de amor
Sorrio com desdém ao destino...que se me levantou turbulento
Arco-íris sombrio ... ponte de sentir com um única cor
Sou eu assim sem sopro de vida em mim... sem alento


Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

 
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Fénix
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/11/2008 13:39  Atualizado: 26/11/2008 14:27
 Re: Sem Alento
Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade.
(Miguel Torga)

Maravilhoso o teu descrever. É sempre assim, 'uma vida inteira cabendo dentro de nós', as palavras são o nosso esconderijo secreto...Continua.

BJo

Lua-Mor


Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 26/11/2008 13:43  Atualizado: 26/11/2008 13:43
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: Sem Alento
Amarguradamente renasça das cinzas e polvilhe seu caminho de sã e pura liberdade.
Muito bom, sombrio, mas muito bom poema.
Um abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/11/2008 13:47  Atualizado: 26/11/2008 13:47
 Re: Sem Alento
Eu diria que neste teu exelente trabalho habita um pouco de dolencia, tristeza profunda de uma alma...

Beijo

Luisa Raposo


Enviado por Tópico
AnaMariaOliveira
Publicado: 26/11/2008 13:52  Atualizado: 26/11/2008 13:52
Super Participativo
Usuário desde: 19/06/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 158
 Re: Sem Alento
Não te quero assim
Perdido de ti próprio
Refugiado nas sombras
Quando lá fora
O sol brilha amigo!
Cada etapa da vida
Faz-nos crescer
E transforma a nossa alma
Num diamante belo e forte!

Quero que permaneças sempre espírito sólido!
Mesmo que as tempestades
Sobrevenham ininterruptamente
Mesmo que o frio quase te congele as emoções!

Sei que vais levantar voo a qualquer momento!
Porque te bastas a ti próprio
E mesmo ferido
Haverá uma outra ave amiga que te acompanhará
nesse erguer de asas intemporal!

Beijo
Ana Oliveira