Escuro, holofotes vermelhos
Astmosfera tensa de sangue
Os lentos dedilhares da viola
Aceleram, começa a festa
Aparece primeiro a dançarina
Bela, entre os laivos de vermelho
As mãos, as suadas mãos
Marcam o compasso frenético
Vem o homem, negrume da noite
A Bela retrai-se para um canto
Os tacões dos dois ressoam
O sangue aquece ao rubro
Negrume da noite, querendo impressionar
Oferece a Bela uma rosa vermelha
Ela acerca-se lenta, a medo
Aceita o presente e deixa-se ir
A dança aquece, rodopiam
A viola larga notas de fogo
Vermelho e preto misturam-se
Negrume e Bela são só um
Rodopiam nos braços um do outro
A música pára. Ouvem-se palmas.
E vermelho e preto enrolados
Soltam um quente e terno beijo.