No que julgues de teu não julgues no outro;
Não cobices nem te envaideças por qualquer
Coisa; sê natural com todos e aqueloutro;
E se houver quem te odeie, não requer sequer
Que ao ódio te juntes. Não digas que é teu,
Só porque o alcançaste, como não digas que deste,
Só porque o fizeste; e, assim, em ti, nasceu,
Aquilo que na Terra a ti próprio te propuseste.
Nasce a manhã, põe-se o dia, tão natural quanto
Isto; assim tu, com os teus actos, te darás
A conhecer. Acabe-se aqui e agora o pranto,
De tudo o que por fazer ficou; e, assim, cala,
Sem saudosismos nem olhares para trás;
E se és capaz de tudo isto, que seja tua a fala.
Jorge Humberto
23/04/07