Passo lentamente as mãos pelo rosto,
reconhecendo-o. Miro os olhos,
doces, pormenorizado, sulcos,
côr, brilho esbatido.
Por o repetires quero que eles
brilhem em riso e possas partir
em paz. Serei capaz? Amo-te!
Como sempre amei e por te amar
quero socorrer os teus pedidos
dar-te o pouco que pedes
antes que pereças na tua
vontade de partir, evadir,
custa tanto engolir o certo
devastado, deserto.
Amo-te, quanto, não sei ao certo,
o suficiente para te querer perto,
bastante para te dar o que posso,
dou-te o limiar no qual roço.
Em esforço quero desviar-me
dar-te tudo, aproximar-me do cerne
no avanço lento (progressivo).
Dar-te as mãos, olhar-te
ver os teus olhos em falha
captarem o brilho que te descansa,
amansa a dor da tua alma santa.
14/11/2008
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