Luso-Poemas
 
Poemas : 

Castelo em Ruínas

 
Pedras soltas de história
Carregadas de dor e paixão
Perdidas no esquecimento da memória
Soterradas por anos de solidão.

Relatos intermináveis de batalhas
De sangue pela pátria derramado.
Conquista de mar em velhas muralhas.
Homens que nos deram um passado.

Alfarrábios que nos contam lendas
De gloriosos e valentes guerreiros
Com honras de mortais contendas
Proclamando liberdade aos prisioneiros.

Chamas de um fogo apagado
Pelo desleixo de futuros tardios,
Avivadas por heróis desejados
Que aquecem o passado em dias frios.

A revolta que supera o medo,
O brandir dessas armas toscas
Que se ouve ao longe… morre cedo.
Testamento de palavras ocas.

O presente e decrépito discurso
Daqueles que se dizem sucessores,
Que destroem todo um percurso,
Que fazem de nós opressores.

O engano e a mentira que juntos cavalgam,
Seus corcéis loucamente Dantescos,
No arfar poluído em que governam
Impérios outrora gigantescos.

Este castelo que agora me acolhe
Que me fala baixinho no silêncio da Lua,
De todos os mortos que ela escolhe
De cada querela que tem como sua.

As árvores que o rodeiam alinhadas
São como hordas que se erguem
À voz de comando chamadas,
Prontas a morrer por quem defendem.

Sujeitam-se ao sacrifício final
Às honrarias inerentes
De um último golpe brutal
Decretado por homens dementes.

Descerra-se um nevoeiro intenso
Que esconde fantasmas e temores,
O calor da guerra que é imenso,
A vida em todos os seus horrores.

Recosto-me neste eterno paraíso
Onde ouço o falar de aves canoras
Que palram em tons de aviso,
Sobre o fim… que está por horas.

Vivem-se generosos minutos
Que cantam logros mundanos,
A antiga alegria dos putos,
O leve passar dos anos.

Alegra-se o incauto que não crê,
O louco infeliz que não sente,
O cego que sabe, mas não vê,
Todo o Homem que a si mente.

A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
1541
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
3 pontos
3
0
0
Recentes
Auto que abarca o Inferno (Prólogo)
Tumular (45ª Poesia de um Canalha)
O Teu Último Poema de Amor (44ª Poesia de um Canalha)
Autópsia da Erótika II de Vânia Lopez (43ª Poesia de um Canalha)
Poema com Ofensa (42ª Poesia de um Canalha)
Aleatórios
A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte II)
A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XI)
A Mais Bela Rosa
10º Solilóquio
Exercício Poético (Da Ilusão)
Favoritos
belofeio belofeio feiobelo feiobelo...
já não sei o que vale uma ideia "entre um poema e a parede"
AR-240321
Olhar Cego nº 22
SONHEI
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 23/04/2007 20:06  Atualizado: 23/04/2007 20:06
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4047
 Re: Castelo em Ruínas
Bem vindo Poeta!

A tua poesia também fazia falta por aqui

Bjs

Enviado por Tópico
Junior A.
Publicado: 23/04/2007 20:12  Atualizado: 23/04/2007 20:13
Colaborador
Usuário desde: 22/02/2006
Localidade: Mg
Mensagens: 890
 Re: Castelo em Ruínas
E como bem chegaste Poeta,
Lembrou-me um amigo, que há tempos
por cá não passa.
Sebastião Alves.

Fora muito português-brasileño em tudo,
Com picos de riqueza como os Lusitanos.

Mui bueno. Cá neste sítio és bem-vindo amigo.
E por Poeta.

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 28/02/2008 18:32  Atualizado: 28/02/2008 18:32
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 Re: Castelo em Ruínas
Fiquei feliz ao reler este teu texto, faz-me lembrar um dia encantado, o dia mais mágico da minha vida, faz-me lembrar um castelo, um senhor poeta...




Beijo em ti*

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre