Goteja-me a boca com meus sentidos!
Faz de mim teu instrumento de conduta!
E de nossos corpos a estonteante luta;
A que nos faz ensurdecer nos gritos...
Saliva-me de querer-te a toda hora...
Como o condutor de vivências profanas!
Dos milimetrados desejos, sou insana...
E por teu corpo, como um clamar de aura!
Vem e me comprime a boca em dedilhados,
Acordes em que já não existe pecado
Mas, um sussurrar de sonhos e loucuras...
Te amar então é como um beijo quente,
Que eu quero sem temor, e demente
Sigo a te beijar a boca sem querer a cura!
Para Roberto Pinho
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)