Lembro-me de uma noite líbia
na argila adolescente do fascínio,
vinhas de Kabul alucinante
com ganas de comungar os retalhos
dos olhos e os mastros perdidos
nas fileiras do delírio, sonho.
Lembro-me lucidamente,
nas gravuras do silêncio
havia uma mágica viagem às Índias,
quebradiças de fantástico
e mariposas de luares
que se drogam com morfinas mansas,
próprias dos amantes sem idade.
Vinhas dos Montes Sinais
a ladrar os passos
nas mesmas pedras do profeta,
já gastas de peregrinas promessas.
Eu vi-te mulher beduína
na raíz fugitiva da tua animação,
no labirinto do corpo fêmeo
com o gosto dessa tal paixão.
Vinhas assim,
dentro da alma
e por cima da carne nua, pecadora
vestias uma túnica vegetal,
transparência,
que te agasalhava até ao cume das ancas,
sem nome...