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Sem título XXI

 
Agora
falo calado de um suicídio...
do meu!
Remeto-me, negro, ao interior...
o meu!

Bato nas paredes do crâneo
com um morrer instantâneo
que saúdo... me saúda,
traidor de existências,
cicuta fulminante e muda
que culmina em demências
a escorrer do lado de dentro.

E continuo
a falar calado de um suicídio...
do meu!
Remeto-me, negro, ao interior...
o meu!

Raspo os joelhos
em promessas silenciosas
por sangramentos velhos
ou vaidades caprichosas
e deito-me, a ver doer,
à espera de deixar de viver,
que olhos fiquem baços
que a cor me fique lívida
na calma dos abraços
de uma anunciada despedida.

E no fim vou-me calar
a falar de um suicídio...
do meu!
Finalmente, remeto-me ao interior...
o meu!

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2007 12:22  Atualizado: 23/04/2007 12:22
 Re: Sem título XXI
Para o texto consagrar
Esta frase vai bastar:
Usas tão bem do verbo
E este texto está soberbo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2007 13:30  Atualizado: 23/04/2007 13:30
 Re: Sem título XXI
Esta maravilhoso:)

Adorei

Enviado por Tópico
Ruben
Publicado: 23/04/2007 17:25  Atualizado: 23/04/2007 17:25
Super Participativo
Usuário desde: 12/02/2007
Localidade: Barreiro
Mensagens: 176
 Re: Sem título XXI
Bravo!

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 23/04/2007 20:33  Atualizado: 23/04/2007 20:33
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4047
 Re: Sem título XXI
Como poema, está mesmo muito bom.

Achei o conteúdo um pouco "suicida" demais...


Lindo!

Bjs