Porque me sinto tantas vezes morrer?...
Porque a solidão parece tão larga e profunda?
Porque as vezes busco um caminho
Que nem ao menos sei pra quê?
Porque as feras são tantas no mundo
Se o espaço não se pode ter?
Porque as ruas são estreitas nos pensamentos
Quando a dor começa a corroer?
Para onde ir?
Para onde correr?
Porque me sinto tantas vezes morrer?...
Se os caminhos são tantos
Que caminho escolher?
Como sorrir a tanta miséria?
Como prosseguir com tanta desilusão?
Como lembrar o que um dia fui?
Como saber o que serei?
O que faço deste futuro que farei?
Onde não me perder?
Por onde me achar?
Porque me sinto tantas vezes morrer?...
Como viver um destino
Em desatino,
Na infinita solidão?...
Pra quê caminhar se o fim chega
Querendo ou não?
Onde está a bússola da vida?
Em que mãos?
Porque me sinto tantas vezes morrer?...
Será que alguém se esquecerá
De esquecer de mim?
Será que quando me for
Se fará o silêncio saudoso
De alguém que se amou?
Será que o prato correrá nas faces
Por angústia ou saudade
De não haver adeus?
Será que a dor virá profunda?
Porque me sinto tantas vezes morrer?...
E esse vazio tão expressivo
Que remete ao nada de se existir?
A falta de necessidade
De se possuir?
Qual a verdade mentida?
E a metira reveladora dos sinais
Do que estar por vir?
Para que ser, ter?
Porque agora estar ou partir?
Porque me sinto tantas vezes morrer?...
Porque morro tantas vezes sem me ver?...
É o fim...
O homem justo cresce e se desenvolve ético por opção, não por coersão.
Mônicka Christi