MEU CÃOZINHO
Esse meu cachorro perdigueiro,
que se tornou o rei do meu terreiro,
seu latido muito longe ecôa.
Eu cuido dele com muito zelo,
mas quando ela saquaia o pelo,
e so purga que pra todo lado vôa.
Pois esse meu amigo cachorrinho,
dias atrás , atacou meu vizinho,
que estava ao lado ,comendo brôa,
ouví quando ele gritou -Me acuda.
Mas ja tinha ficado sem bermuda,
se fosse rei ,ja estava sem corôa.
Pra comer esse cachorro e um leão,
seu bucho parece maior que vagão,
de comida ele nunca se enjôa.
Deve ter dez metros de solitária,
parece motor, sua carcaça dentária,
mastiga o dia todo e não emperrôa.
Esse cãozinho fiel e companheiro,
vigia casa e também galinheiro,
onde pintinho e ovos se amontoa.
A tarde ,quando vou pra pescaria,
posso contar com a sua companhia,
ja sabe o esconderijo da canoa.
E so eu gesticular e ele obedece,
e sabe ,dentro de casa o pau desce,
quando suja alguma coisa da patroa.
Mas ele nos mostra muita alegria,
não e luxento ,come ate melancia,
andou comendo ,a ração da leitoa.
Em meu quintal não chega ladrão,
seu latido e mais alto que trovão,
e seu bafo e mais forte que quiboa.
E um cachorro bem limpo e asseado,
ganhei de presente de um soldado,
que roubou ele ,na ilha de Samoa.
GIL DE OLIVE