Da terra onde me sento
Na minha aldeia pequena
Do tamanho de um mundo pequeno
É o banco e a cena
Sol ardente, sombra serena
Sombra que destila veneno
É pequena a arena
Da praça e do coreto
Mas grande o calor
Que desfaz o meu esqueleto
É pequeno o horizonte
Como pequeno o olhar que lhe lanço
Grande a árvore, pequena a sombra
Veloz o seu balanço
Apetece-me morrer e renascer
E voltar a morrer e nascer
Tantas vezes por dia
Que a vida teima em negar-me
Essa esperança amarga e vadia
E olho pequeno o mundo
De olhos grandes e risonhos
Na esperança pequena da vida
Porque grandes são os sonhos