Carta ao Sol
Querido Sol,
Você se foi tão rápido e Neste momento ainda observo o horizonte, onde te ocultaste e como numa miragem vejo raios teus que teimam em brilhar.
Mas a verdade é que foste e restam-me apenas as lembranças dos momentos em que estiveste comigo.
Desde quando você despontou no horizonte e teus primeiros raios me tocaram, senti vida vindo de você, quando te mirei pela primeira vez, tão radiante e cheio de luz, quis te tocar, te sentir, parecias tão perto...
À medida que o tempo passava, te fazias ainda mais radiante, e eu não conseguia parar de te olhar, te admirar...
Ao meio dia, quando estavas no meio do céu todos fugiam de você e te observando parecias tão sozinho, mas eu estava lá, olhando nos teus olhos, sentindo teu calor, enchendo-me de luz e de vida.
Quando você se foi, ficou escuro e frio, não te culpo por teres ido, tens o teu caminho, todos nós o temos e precisamos seguí-lo...Precisavas brilhar para outros. Mas, não obstante à escuridão e à noite que se fez fria, não sinto tristeza por teres ido, mas sim uma saudade alegre por ter tido um dia com o ser mais radiante do universo brilhando para mim.
Espero com ansiedade que amanhã um novo Sol brilhe para mim, tão radiante e cheio de vida quanto você...
Mas temo, temo não existirem dois Sóis, temo seres o único no meu universo...temo pois amanhã poderá ser inverno e não poderei ver-te, farás verão em outros ares, e no outono, quando voltares, terei murchado e definhado, talvez não estarei mais aqui...
Por isto, querido Sol, resolvi lhe escrever hoje, para que se não brilhares mais para mim ao menos saibas o quanto me fizeste bem...
Com Carinho,
Um Girassol sem Sol
Josafá Gomes Pereira
22/02/2008