Lanço olhares dispersivos pela janela
Com meus pensamentos vagando no ar
Encontro-me numa antiga caravela
Navegando à deriva pelo meio do mar
As minhas rugas são como ondas altas
Que se avolumam nos fortes vendavais
Meus olhos tristes são barcos naufragados
Que sobre as ondas não emergem mais
Meus lábios que já foram ardentes portos
Mas hoje estão frios e já quase mortos
E agora só resta a solidão no meu cais
Velhos amores há tempo me esqueceram
Como gaivotas que no mar se perderam
E para a terra firme não voltarão jamais
jmd/Maringá, 16.11.08
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