As praças, as ruas
estão desertas.
O silêncio
preenche
o vazio
Espectros perambulam
pelos lugares,
penetram nas casas,
nos corpos.
A noite desaparece
do Tempo.
Um silêncio insuportável
cresce
no absurdo espetáculo
da morte.
Há bilhões e bilhões
de anos
a cena ininterrupta
se repete.
Elo para a comunhão
entre todos os seres,
milagre primordial
da vida
É necessário que todas as coisas
se completem
num ciclo infindável
de eternidade.
Há que se morrer
até não mais ser possível
a morte
em sua inverossimilhança.
Celebro a vida como um testemunho
do vazio da morte,
no alegre desespero
de viver.