Poemas : 

POÉTICA

 
As praças, as ruas
estão desertas.
O silêncio
preenche
o vazio

Espectros perambulam
pelos lugares,
penetram nas casas,
nos corpos.
A noite desaparece
do Tempo.

Um silêncio insuportável
cresce
no absurdo espetáculo
da morte.
Há bilhões e bilhões
de anos
a cena ininterrupta
se repete.

Elo para a comunhão
entre todos os seres,
milagre primordial
da vida

É necessário que todas as coisas
se completem
num ciclo infindável
de eternidade.

Há que se morrer
até não mais ser possível
a morte
em sua inverossimilhança.

Celebro a vida como um testemunho
do vazio da morte,
no alegre desespero
de viver.

 
Autor
Roberto_Bittencourt
 
Texto
Data
Leituras
506
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.