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A um amigo morto

 
Já és um pouco de cipreste, e tens
um estranho vibrar cada manhã;
Não é para ti que toca o sino,
se gorgeia a vida que não sustentas.

Já és seiva de rosas...O teu destino,
amigo das rosas, se desfolha
e êsse pouco de sol e essa ligeira
doçura com que agora te apresentas.

Amigo dos álamos, amigo
do rouxinol, da tarde e da quimera,
companheiro de outonos e verãos...

Voltar outra vez a caminhar comigo,
que é impossível, agora, na primavera,
teu amanhecer é de silêncio e escuridões.



Rui Garcia

 
Autor
Rui Santos Garcia
 
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 16/11/2008 00:06  Atualizado: 16/11/2008 00:06
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
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Mensagens: 4246
 Re: A um amigo morto
Emocionou-me teu poema, é de uma beleza
e de pureza de alma impressionantes.
Este amigo lhe era muito querido,
que lindo! Parabéns!