Ante a nudez de meu tormento
cravo e amanhecer de apagado grito
arde a vermelha lâmpada do rito
de teu cravado amor, a meu lamento.
E passa a vida, o sol e o juramento
e o tempo lembra rosas do infinito.
O amanhecer, o cravo e a lâmpada são mito
de antiga realidade e fiel momento.
Clamoroso tributo, o de teu pranto
cai qual fôsse desgarrado manto
dos ombros de um anjo perseguido.
Que na hora de ouvir meus padeceres,
soltará seu laurel de amanheceres
iluminando o rumo de um cortação ferido.
( à minha espôsa Carme Vera.)
Rui Garcia