Estúpido eu
quando me apercebi
que o desfraldar dos lençois vizinhos
que a sombra do estendal faz no prédio
da planta que consigo ver, a única a sair do padrão da escadaria
Eu estúpido, de deixar-me reconhecer como eu
de saber que também sou o que vejo!!
de ser o que vejo...mesmo cego
mesmo cego vislumbro, alucino na pachorra do momento
e se quero ser alguma coisa é de ser nada
e vaporizar-me das mentes vizinhas
somos assim, o que vê como o que olha, o que é visto
e arregalem os sentidos, porque é isto de que nos valemos, dos sentidos
de uns olhos que não vencem a escuridão
de uma escuridão que não sabe se a vimos
isto agora, é fruto de cada um de nós, isto é singular!
tal como a planta que quebra o padrão do prédio
tal como as nossas perguntas, que são tambem
as nossas mais que evidentes respostas
se com a vontade conseguirmos, passar sem perder a vez
ao qual é para nós importante
de quem...de nós importamos,
que não sejam as palavras sem resumo ou sermões em sintese
quem sabe sabe sempre ou deveras em maioria
reservar na ausencia de palavras o mais forte das palavras
o silencio é a silaba mor
e a esta todos, e todos se calam
pois para saber disto, há que ser isto mesmo
e a vós mentes conturbadas
esse é o sinal de que todos esperavam
a voz em atitude
isto, é o que tudo faz.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.