<< O pobre e a poupança >>
O pobre não toma emenda
Passa fome pra poupar
Ele sonha viver de renda
Na hora de se aposentar
Vai juntando grão em grão
Leva tudo pra poupança
Sonha em juntar milhão
Tá sempre na esperança
Só pensa tirar umas férias
Quando parar de trabalhar
Quase vive de misérias
O que ganha é para guardar
Para enganar a criançada
Também deram seu jeitinho
Para deixar elas sem nada
Inventaram o tal porquinho
Vende as férias todo ano
Para garantir o seu futuro
Depois entra pelo cano
Tem dinheiro e anda duro
Só correndo igual um louco
Para depois morrer de tédio
Que juntou era tão pouco
Não dá nem para os remédios.
Esse pobre coitadinho
Nunca tem dinheiro algum
Se poupa um dinheirinho
Cai no conto um sete um.
As vezes ainda acontece
Se juntou um bom dinheiro
Vem o esperto e leva tudo
E dá-lhe um pé no trazeiro.
Ter dinheiro na poupança?
Faça as contas, que besteira
É aí que o pobre dança
Leva sempre uma rasteira.
Trabalha que nem um touro
Enganação eu não agüento
Levam tudo tiram o couro
Pra render nem um por cento.
Pôs dez mil na tal poupança
Deixou lá guardado um mês
Foi buscar o rendimento
Só rendeu sessenta e seis
Se pedir dez emprestado
Vejam só que sofrimento
O juros por eles cobrado
É então cinco por cento
Olhem nessa transação
O que aconteceu de fato
O pobre ficou na mão
Os bancos levam 4.34
Já perdi a paciência
Desvendar isso não dá
Por quê tanta diferença
nos juros pra lá e pra cá?
Uma pergunta, seja franco
Ficar sem resposta não posso
Por quê o dinheiro do banco
vale mais do que o nosso?
O que a tal poupança encobre
Na verdade identifico
Que o pobre fica mais pobre
E o rico muito mais rico.
Vai render nosso dinheiro
Isso é pura enganação
Só quem ganha é o banqueiro
O pobre sempre fica na mão
Junta grana o ano inteiro
Para um dia ter seu dote.
Entrega logo ao caloteiro
Que sem pena dá o bote!
É rombo previdenciário
Graúdo metendo a mão
Tiram a grana do otário
Ficar prêso? Só em mansão!
Desse jeito minha gente
O pobre não sabe o que faz
Pensa dar um passo pra frente
Dá tres ou quatro para trás.
Lhe restou a Previdência
Que tantos anos recolheu
Pagou três e leva um
Até aqui a grana encolheu!
Enfim só ir ao banco
Receber a grande conquista
Na saida leva um tranco
Perde tudo pro punguista!
Cada amigo que faço é mais uma estrela que reluz na minha vida e rogo ao Criador que elas brilhem eternamente.
Donjotta