Enviado por | Tópico |
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Mel de Carvalho | Publicado: 22/04/2007 09:40 Atualizado: 22/04/2007 09:40 |
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Re: O rio
Bom dia Val. Ao ler este texto, lembrei um poemita meu. Andei à pesca dele ... aqui to deixo "Rio aberto" ...
O rio que se escorre na terra onde nasci e que vem da Lezíria que me viu menina ... Bjs Val, valeu!!! Sempre tenho de te publicar na Orpheu ... Gostei do texto, sim senhor!!! *** Rio aberto "Entre a altiva, desdenhosa, sobranceira serra, e a Lezíria largada de si mesma, em planuras aumentadas – na amplitude da planície mansa, a ondular-se em imortais, tisnadas searas -, acontece um rio verde criança. Um rio permanentemente a escorrer-se. Fragatas deslizantes de metáforas, ondulantes rimas de um poema. Escorre-se verde. Escorre-se serôdio de tão novo, novo de tão idoso … Ora magoado, caudaloso, cauteloso, chorado, ora sequioso, ávido de ser livre, ser fandango ser fado, ser boémio, ser vadio… Escorre-se em gota, em fio, num fio ancorado lá a Norte, no Monte Gordo onde reside, paradoxalmente o Senhor da Boa Morte. Num fio de seda teia, estribado igualmente na Lezíria, a Sul, no ancoradouro da Capela da Senhora D'Alcamé … Escorre-se pendulado a azul, no sonho de ser cantado. Entre o agnóstico e o crente, entre o Nascente e o Poente, entre a noite tão escura e o dia luzente entre a morte e a vida … Na senda e na procura, de sentido, de uma rota perdida. Adormece fonte a drenar, acorda rio …e logo largo mar… Escorre-se rápido, e logo lento escorre-se nas margens de ser de si e em si, o jejum e o alimento. Entre a lezíria e o monte vive o rio cansado de gotejar, de ser tal qual, fonte!" Jan.2006 (Mel) *** PS.: Vou publicar o poemita aqui no Luso, já agora , que me deu uma trabalheira a encontrar ... |
Enviado por | Tópico |
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goretidias | Publicado: 22/04/2007 10:44 Atualizado: 22/04/2007 10:44 |
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Re: O rio
Uma linda prosa poética! Adoro a tua escrita! Um abraço
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