Há momentos em que o silêncio é a porta de entrada para aquele lugar especial onde a cada instante nos encontramos. Hoje, encontro nesse momento no tempo, o olhar que me ofereces, com a ternura que cabe em ti, com a sensualidade que o teu corpo partilha com o meu. Este instante que a cada dia me ofereces é a gloria da magia que em cada noite me inspira a dormir a teu lado.
Agora, quando o Sol desce sobre o fio do horizonte, venho pousar em ti, como borboleta nocturna que reclama o néctar dos teus lábio, como estrela que em teu céu se deixa dormir. E voo sobre a planura do teu corpo, aflorando cada desejo que em ti nasce, como chuva miudinha que tua pele rega, com o prazer implícito nesta luxúria que teu corpo anuncia.
Em mar aberto me entrego, sobre cristas de ondas me aventuro, na cadência da tua loucura que contra meu peito se desvanece como a espuma da onda na praia. Vibras e eu sigo o teu pulsar, sinto-o em mim como se me quisesses devorar, e dou-te na brisa deste vento suave as palavras que te despertam os sentidos que não consegues controlar.
Danças em meu corpo como num palco, salão imenso onde rodopias e enlouqueces ao som dos meus aplausos, num bolero rasgado, despido de preconceitos que apenas um tango mal fadado consegue conter num turbilhão de emoções que ão de levar-te ao êxtase que me provocas, quando com a tua língua meus lábios tocas.