Vestindo carmesim, lenço na cabeça,
nas mãos um belo ramo de flores variadas,
cabelo apanhado atrás, bem mais
confortável, ao calor que insiste, explorando
toda a sua grandeza; róseo rosto, que
empalidece, todos os jardins, por onde passas,
assim te vi, embevecido, descendo as escadas,
de tua humilde casa.
Tua graça de mulher, fez com que meu coração
batesse mais rápido, e, vendo-te, descendo as
escadas, numa perfeita sintonia, fiquei meio sem
jeito, para abrir minha boca e deixar-te meu
galanteio, frémito e suspiro, retratando fielmente
a beleza, de teu bonito ser.
E enquanto desces as escadas, formosura de
todas as formosuras, de passo certo e sem
hesitações, guardas-me nos olhos e um sorriso
aflora naturalmente, em teus lábios, num real
cumprimento à minha pessoa, dizendo-me como
me encontro bonito, de fato azul e lenço branco
no bolso, em contraponto, com a alva brancura,
de teu vestido de noiva.
Apanhando-te, no último dos degraus, dou-te
meu braço, acordando para o mundo e retendo
em mim, as mil e uma fragrâncias, que cobrem
teu real ser, e, assim, caminhamos, por entre as
gentes, que não dispensaram, momento único.
Já dentro do carro de luxo, que, aguardando por
nós, se manteve a uma sombra, todo ele cheio
de efeitos, agrado de amigos e familiares, enfim,
partimos, descendo a estrada, em direcção à
cidade grande, onde nos esperava, simbólicas
palavras, culminar de um grande amor, que já
não conseguíamos controlar, e, as lágrimas, não
se contiveram, enquanto o carro, com custo,
tentava chegar a seu destino.
Jorge Humberto
12/11/08