Poemas : 

Poema Efémero

 
Tags:  palavras    corpo    final  
 
Tecer-te em rios de palavras
Cálidas, sagazes,
Deslizando ao som
Das pedras luzidias
Dos meus pensamentos,
E entregar-te em mãos
A água dos meus olhos,
É o que me resta hoje,
No remate da presença física
Deste corpo pútrido.

Cerra-se o ciclo
E cala-se a voz,
No derradeiro poema
Disforme.

Todo o verso é doloroso
E assassino,
Desferindo o golpe fatal
E silencioso,
Sem que me aperceba,
Sem que reclame…

 
Autor
Vera Sousa Silva
 
Texto
Data
Leituras
3293
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
19 pontos
11
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 12/11/2008 16:36  Atualizado: 12/11/2008 16:36
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 2780
 Re: Poema Efémero
...e da água de teus olhos fazer nascente, cantante e gritante que encha rios...deslizando para o mar, criando vida no seu percurso. e nesses olhos de mar desferir um golpe mas de amor, sem que te apercebas, sem que reclames

Beijo


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 12/11/2008 16:41  Atualizado: 12/11/2008 16:41
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Poema Efémero
Lindo Vera!
Para mim a tua poesia tem sido uma descoberta extraordinária.
Bjns Open in new window

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 12/11/2008 17:01  Atualizado: 12/11/2008 17:01
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: Poema Efémero
Vera,

Nenhuma palavra diz mais, vale tanto ou é melhor que o nosso corpo e nenhuma importância seremos capazes de dar à palavra se a não reconhecermos primeiro à pessoa que a profere. O corpo é a realidade tangível que temos e tudo o mais vem por acréscimo.
Parabéns.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 12/11/2008 17:10  Atualizado: 12/11/2008 17:10
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: Poema Efémero
"E entregar-te em mãos
A água dos meus olhos," ...só isto me embeveceu! É nisto que se resume a poesia do amor! Seja ele qual for! Beijo

Enviado por Tópico
mim
Publicado: 12/11/2008 17:32  Atualizado: 12/11/2008 17:32
Colaborador
Usuário desde: 14/08/2008
Localidade:
Mensagens: 2857
 Re: Poema Efémero
Vera
Da água dos teus olhos saiu uma poesia linda.
Parabéns!
Beijos

Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 12/11/2008 19:02  Atualizado: 12/11/2008 19:02
Colaborador
Usuário desde: 14/06/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2080
 Re: Poema Efémero
Poema Efémero...
tanto sentimento que...

"Todo o verso é doloroso
E assassino,
Desferindo o golpe fatal
E silencioso,"

"Cerra-se o ciclo
E cala-se a voz,
No derradeiro poema
Disforme."

que cada leitura seja livre...

Beijo

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 12/11/2008 21:24  Atualizado: 12/11/2008 21:24
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: Poema Efémero
Vera estou adorando a tua poesia, cada dia mais surpreendente e bela. Beijos!

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 12/11/2008 22:10  Atualizado: 12/11/2008 22:10
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Poema Efémero
Verinha,
Qunata emoção consegues passar neste poema.
Está sublime de sentimento.
Beijinhos doces
Nanda

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/11/2008 12:43  Atualizado: 14/11/2008 12:43
 Re: Poema Efémero
Muito bom...muito teu Vera

Fantástico

Beijo

Enviado por Tópico
juvepp
Publicado: 15/11/2008 17:58  Atualizado: 15/11/2008 17:59
Colaborador
Usuário desde: 13/04/2007
Localidade: Machico - Madeira
Mensagens: 547
 Re: Poema Efémero
Olá Vera, "todo o verso é doloroso" e outra coisa não podia ser quando a temática do poema é a dor de amar e não ser reconhecida a dádiva desse amor
Belo poema.