Embrenho-me em mim
Gota pensante num oceano descomunal
Momentos de egoísmo!
Não quero comunicar
Não quero saber de multidões
Não quero abraçar ninguém
Quero apenas falar com as aves
Com os rios, o mar e as palmeiras ao vento
Esgotada de palavras sem nexo
Sou apenas um corpo desfeito
Que deu à costa
Que viveu e se dilacerou
Agora é objecto de contemplação
Desgraçada! – dizem
O que lhe terá acontecido?
Foi a tempestade da noite!
Até as ratazanas sem pêlo incharam
Surpreendidas pela enchente turva das águas dos esgotos
Criaturas asquerosas!
Arrepio-me na transparência de corpos redondos
De tentáculos moles de alforrecas desalmadas
E extraviada como eu
Levo as mãos à garganta como se sufocasse
As criaturas estão a morrer!
Tal como eu que deixo as pegadas na areia
A perspicuidade das águas calmas convida-me a entrar
Quero despir-me
Desfazer-me para sempre das mágoas e dos medos
Do nó na faringe que me agonia
Estou a enlouquecer
Contemplo o meu corpo flutuando
Expirei!
Finalmente também não resisti a uma noite de tempestade!
Deus!
Não quero que me observem assim embrutecida
Perdida e desfeita flutuando nas ondas
Dando à costa, para sempre fenecida!

 
Autor
AnaMariaOliveira
 
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 12/11/2008 19:22  Atualizado: 12/11/2008 19:23
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Usuário desde: 14/05/2008
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Mensagens: 10301
 Re: Perdida
Anaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!
Anaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Anaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Apetece-me chamar o teu nome, talvez telepaticamente me ouças.
Céus...! Que dor dilacerante é esta?
Ler-te dói, muito, sabias?
Principalmente se quem estiver a ler-te gostar um pouco de ti, como é o caso.
A doçura dos poemas onde buscas o amor, a tranquilidade que encontras no mar, faz-te falta e é esse o teu refúgio e nunca o desespero.
Anaaaaaaaaaaaaa? Percebes?
Levanta esse astral e escreve, escreve como o fazes (sempre) com a beleza da tua enorme sensibilidade e sabedoria.
estarei aqui,sempre. Uma ilha nunca está só, sabias? Tem pelo menos mar à sua volta. Eu sou uma insignificante onda, desse mar, mas estou, não sou miragem!
Beijos!Open in new window