Minhas mãos foram parar no teu rosto
e lá ficaram desgarradas de mim
meus olhos voaram ao teu redor
e minha boca gritou girando pelo espaço
quando meu sangue nas veias se
se dabatia em correntezas...
meu pé direito ficou entre tuas mãos
e o coração saltou pela boca
rolando escada abaixo
(quem irá alcançá-lo?)
e este violino doido que toca Paganini
no andar de cima
e esse inseto descendo lentamente
pelas bordas do lençol?
Desfeita em ânsias me debato,
tua boca me engole em lento passeio
e eu sorvo gota a gota do teu suor...
roubas de mim momentos de vida
roubo de ti esta paz e guarida
levas meu melhor pedaço
e eu te guardo no meu regaço...
preciso arrancar de tua existência um
pouco de algo que não possuo,
tomar de ti este gosto de vida
enquanto em mim te consomes
teu cheiro entranhado no meu
tua voz pra sempre na memória...
e de mim roubas encantos
invades as minhas entranhas
sou tua em breves momentos
vais me guardar no esquecimento...