Acima do fulgurante vôo da águia dourada
e dos delírios bem intencionados do messias que ergue um brado raivoso,
Marchamos para as cinzas de glória conquistada a sangue e chamas
Que consomem a última esperança de uma criança estuprada.
Mischling canta como da última vez,
Canta comigo como na derradeira batalha perdida.
Olhos azuis famintos contemplam o alvor cinzento e cuspido,
Da redenção tardia aos cercados campos de arame e urina,piolhos perecem milhares,
Mentiras acotovelando-se milionárias,imundície sob corpos nus,
A mortalha de lembranças forjadas e novas farsas despudoradas
Alimenta o abismo que agiganta-se diante da bandeira manchada,
Sem a lança adornando o píncaro das violadas mansões.
Desperta então a pureza do cavalgar sombrio de Wotan
Enquanto os flavos cabelos do Deus descansam sobre ombros viris
E o pesadelo de rostos confusos atraiçoa aquele que vaga
No subterrâneo de uma lenda imemorial.
Os apátridas rastejam no entanto sagram-se vencedores,perdem todos então
A era do final zomba da virtude inalcançada e o tempo escasso esboroa-se,
mischling,canta o incompreensível trajeto dos soldados ,estamos todos mortos.
A noiva que detenho sacia a vontade de tantalizado mártir dolente,
A paixão transcende aquele ideal apodrecido
quando o amplexo sereno da amada desparece na frígido desfile.
Posso sentir a verdade que desponta em lágrimas, condecorado infeliz,
A cruz férrea da vontade documentada e esquecida
como estigma canceroso fervendo no peitoral musculoso,
Raça,povo,pátria,vaga,anula,resume-se ao acídulo vazio,
Pela cruel semelhança comportando-se feito inimiga de toda honra e boa lembrança ancestral,
Ressucitando na condenação dos filhos não abortados e na brutalidade demente dos novos seguidores do ladrão de símbolos.