Hoje, outro dia, baldei-me à escola.
À escola que ando. Ando á vida !
Mas que raio, se a vida, não é uma esmola,
Porque me cola, a cidade, a mão estendida ?
Como estendida, ficou-me esquecida, a sorte.
A sorte de me tornar... Quem ? Nem sei.
Só sei, que vou a caminho da morte.
Mas sem norte, à sorte, quem me serei ?
Já sei, serei, a cada dia mais louco
Que louco de todo, ao menos, tenho desculpa.
Para a culpa, que tenho, de ser tão pouco
Na consciência, roto, um recibo de multa.
Multa, onde me envelheço, a não pagar.
E a não pagar, nunca mais esqueço, nem liquido.
A vida, é como um líquido, de embebedar.
Faz-nos tropeçar, se demais bebido !
E “b” em’bebido, em mim, de “in” culta poesia,
Poesia da minha : – sem norma sem lei ! –
Fora-da-lei, me entorno, no dia-a-dia
Mas à noite no meu trono, “entornado“. Rei.
Rei, das palavras, das noites de atino
E se nada exprimo, começo a doer !
Mas o pior, é que quando termino,
Que desatino, era para mais, parecer.
Urbano da Vila