Sou quem quero e quero ser quem sou, vejo águias esguias tombarem a meus pés enquanto por este mundo
fora ergo o castiçal em tua honra numa esquina de uma taberna qualquer.
Venerei o amor e cada momento a teu lado, e em cada momento de despedida guardei tuas lágrimas
na minha pele... eram o mais especial dos perfumes que sentí-a dentro de mim.
Olho para a caneca que se esvazia durante a noite, ela relembra-me que em cada momento te fui perdendo,
e em cada perda me perdí a mim mesmo dentro de mim.
Agora ouço a voz do fadista que canta a minha triste sorte, enquanto eu cá estou a dizer vivas a ti.
Ao lusitano pelo qual te apaixonas-te, mesmo ele não sendo tão guerreiro como eu, nem deveras sonhador como
esta pobre alma que agora só sabe vaguear pelas noites.
Mas se pensas que as minhas perdas são terríveis, espera... pois espera... porque saberás que no meio de tantos versos
desconcertados, eles cantam por um amor que perdes-te além mar, e que para o qual jamais poderás voltar,
mesmo na ironía de me voltares a amar.
E agora sou eu que canto num Fado da vida, e digo que já estou a amar, porque o sonho não morre, nem a alma
se sepulta, e o guerreiro nao se cansa, enquanto uma espada tiver na mão e moinhos houver por este mundo fora
para guerrear na procura do brilho daquele luar.
Vejo-me no cimo daquele penhasco, a olhar teu novo semblante, cabelo alvo negro e olhos eternizados no esvoaçar
das árvores, no esvoaçar dos escritos que largo ao vento... na ânsia...
de tu um dia...
as leres...
e te lembrares...
que também um dia...
tu foste o meu luar...
Alexander the Poet