A chuva cessou. Como uma lágrima de prazer, o orvalho derrama-se sobre o tímido desabrochar das flores. Oh! Vila Viçosa suas Chuvas são como gotas das rosas dos amores derramando-se Nas noites dos meus sonhos, em ti vejo campos belos e floridos onde ate os pássaros cantam mais divinamente absorvendo o doce o perfume das flores do Alentejo no amanhecer. Cai na terra as ultima gotas de chuva O vento empurra as pesadas e negras nuvens para outras terras abençoar. Restam apenas as poças de água, refletindo o céu num doce tom azul...As Libélulas das asas transparentes em seus vôos leves pelo ar. A luz solar risca no céu as sete cores de um colorido arco de íris... Debaixo destas cores as fadas dançam e cantavam em uma linguagem mágica do amor . Quando surge ele o dançarino de Évora simplesmente belo quanto um raio de luz Numa noite escura... A sua doce aparição penetrou por todos os meus sentidos...eu amei com toda a força do meu coração... Tão lindamente ele dança se vira e olha para mim, de seus lindos lábios ouço o murmúrio das mais belas palavras de amor. Que em toda a minha existência eu jamais ouvi...ele se aproxima... Sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Ele amorosamente toca-me na minha mão convida-me a entrar na dança e neste momento arranca de mim a minha alma... Me arrasta para dentro dele... Não mais me pertenço... Agora sou inteiramente do dançarino... Pois o coração dele é agora o meu abrigo. Impregnada do cheiro dele em mim derramo uma lágrima perfumada com essências de jasmins. Ele vem seca a lágrima com um beijo e me faz rir semeai-me entre as rosas aprisiona-me em teus jardins mas faz sua cativa flor-de-lis. O dançarino colhe uma flor só para depositá-la por trás de minha orelha coroa-me de amor... Chama-me de princesa... Sorri e diz que sou flor bela Mãe-Natureza Envolveu-me nos braços dele é abraçou-me fortemente com as asas de Eros dominou os meus sentidos explorou o meu prazer. Me digas dançarino como eu poderia? Não amar-te E no findar do dia Como uma leve brisa, ele se vai e junto a ele leva-me alma. Não posso vê-lo mas posso senti-lo dentro de mim... Abençoada sejas a chuva, que faz crescer a minha esperança em verdes pastos. Que ele há-de vir em um amanhã inesperado e inexplicável. Pensando nele eu adormeço Passa-se o tempo não sei dizer se foram dias... Anos ou séculos pois a saudade me entorpeceu... Numa nova manha vem um pássaro pousa em minha janela, despertando-me com um lindo canto no ar. Levanto-me olho para o jardim e vejo o meu amado amor... O belo dançarino de Évora em suas vestes místicas, ele dança com pés descalços em meio O perfume da grama que exala sensualidade em um ar úmido e purificador. Ele, dança para mim o tango sagrado do amor o seu corpo tens os movimentos sensuais e leves....
Meu coração bate forte... Imensa alegria me invade, minha alma refloresce a Dança à música mais uma vez me envolve, uma chuva perfumada do céu começa a cair Eu corro para ele... Ele me abraça O bailado é pausado pôr uma corrida repentina ao meio das árvores molhadas pelo orvalho gotejaste em cantos melodiosos pôr risos e sorrisos. Mas junto a ele o dia passa tão rápido... Quando vens o entardecer...mais uma vez o dançarino se vai... Deixando-me uma rosa do Tejo para enfeitar os meus cabelos e nesta rosa Ta o sabor dum doce beijo.. Pensando nele mais uma vez eu adormeço... sonhando...sorrindo chorando amando-o regando a minha insistente espera No entanto só os deuses sabem onde estas o dançarino de Évora.